Abstract
O trabalho foi desenvolvido com os objetivos de testar, dentre vários extratores de micronutrientes do solo, qual é o mais adequado para avaliar a disponibilidade de Mn em solos sob sistema de semeadura direta (SSD); estudar, com auxílio da ressonância paramagnética eletrônica (RPE), a interação do Mn com os ácidos húmicos (AH) de solos de locais com e sem constatações de deficiência desse nutriente, e avaliar em quais das frações do solo (trocável, orgânica, óxido e residual) estava ligado o Mn, após sua aplicação no solo. Quatro locais foram selecionados para o estudo (Local I: Faz. Santa Rosa; II e III: Faz. Novo Horizonte e IV: Campo Experimental da Fundação ABC). Os Locais I, II e III situam-se em Tibagi, PR, e o Local IV, em Castro (PR). De modo geral, as doses de Mn aplicadas elevaram os teores de Mn nos solos, mas a concentração e a quantidade de Mn acumuladas pelas plantas de soja foram pouco influenciadas. Os teores de Mn nas frações trocável, orgânica e óxido das amostras do Local I aumentaram com as doses de Mn aplicadas no solo, tendo a maior elevação ocorrido na fração orgânica. Nessa fração, os teores aumentaram de 5,4 mg kg-1, na testemunha, para 35,1 mg kg-1, com a aplicação da maior dose. Os sinais de Mn não foram detectados por RPE nas amostras sólidas de AH (pH 3,0). A quantificação de Mn nessas amostras, após digestão nítrico-perclórica, juntamente com a observação de Mn por RPE, em amostras de AH em solução (pH 2,4), confirmou a hipótese de que o Mn presente nas amostras de AH estava na forma de ligações muito estáveis com os grupos funcionais (provavelmente carboxílicos) do AH. A ausência de efeito do Mn na produtividade da soja pode ser devida à complexação do nutriente pela MO. De forma geral, o DTPA-TEA foi o extrator mais adequado na avaliação da disponibilidade de Mn à soja.
Highlights
A tendência de os teores de Mn “trocáveis” da camada superficial serem mais elevados em solos sob sistema de semeadura direta (SSD), em relação ao sistema de semeadura convencional (SSC) (Castro et al, 1992; Edwards et al, 1992; Motta & Prevedello, 1995; Motta et al, 2002), não pode ser explicada apenas pelos valores de pH do solo
Para obter a amplitude desejada dos teores de Mn no solo e na planta, utilizaram-se sete doses de Mn (0; 1,5; 3; 6; 12; 24 e 48 kg ha-1), na forma de MnSO4.H2O (31 % de Mn), aplicadas manualmente, a lanço, no dia 23/10/2001, antes da semeadura da soja
Em virtude dos altos teores de MO dos solos sob SSD (Bayer et al, 2002a,b; Motta et al, 2002), das fortes correlações entre os teores de Mn e a MO
Summary
O estudo foi desenvolvido na Região Centro Sul do Paraná, utilizando-se quatro experimentos em solos sob SSD com ampla variação nos teores de Mn, uma vez que os resultados preliminares obtidos por Moreira (2003) indicaram que uma das causas da ausência de correlação entre os teores de Mn no solo (DTPA-TEA, Mehlich-1 e 3, HCl 0,1 mol L-1) e a concentração na planta foi a pequena amplitude dos dados. Os atributos do solo foram avaliados de acordo com o método descrito por Raij et al (1987). As amostras de terra de todos os locais, antes da aplicação das doses de Mn, foram submetidas à extração seqüencial de Mn. O método empregado foi adaptado de Chang et al (1984), Shuman (1985) e Ahnstrom & Parker (1999), conforme descrito a seguir: As formas (trocável + solúvel) foram extraídas com solução de nitrato de estrôncio 0,1 mol L-1; micronutrientes ligados à fração orgânica com solução de hipoclorito de sódio a 5 dag L-1 ou cL L-1, com pH ajustado a 8,5; fração ligada aos óxidos de ferro, alumínio e Mn pela mistura das soluções de ácido oxálico 0,2 mol L-1 + oxalato de amônio 0,2 mol L-1 + ácido ascórbico 0,1 mol L-1, ajustada a pH 3,0; e fração residual e teores totais por digestão ácida em microondas, utilizando os ácidos clorídrico, nítrico e fluorídrico concentrados. Atributos dos solos na camada de 0,00–0,10 m
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