Abstract
Pontal do Paranapanema, extremo oeste do estado de São Paulo, é uma região conhecida em todo o Brasil devido aos conflitos pela posse de terra protagonizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). É também a região que apresenta a maior área contínua de Floresta Estacional Semidecidual do estado, contida no Parque Estadual Morro do Diabo. Essa porção de floresta se encontra imersa numa matriz de grandes pastagens e assentamentos rurais, que, como qualquer propriedade rural, devem manter 20% de sua área com cobertura florestal, a chamada Reserva Legal, a qual deve ser recomposta, caso não exista. Assim, este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento florístico e fitossociológico em uma área de 15 hectares de Reserva Legal recomposta por meio de um Sistema Agroflorestal, no assentamento Santa Zélia, município de Teodoro Sampaio. O levantamento foi feito por meio de parcelas e os dados analisados pelo software FITOPAC. Foram amostradas 62 espécies distribuídas em 29 famílias, num total de 724 indivíduos vivos por hectare. Os resultados mostram que a área possui vegetação representativa do bioma local, contendo mais espécies que o mínimo exigido pela legislação estadual vigente para reflorestamentos com até 20 hectares.
Highlights
Floristic and phytosociological analysis of a Legal Reserve recomposed by agroforestry system in the region of the “Pontal do Paranapanema”, Sao Paulo
Espécies arbóreas amostradas na área de Reserva Legal do assentamento Santa Zélia, por ordem decrescente de valor de importância
Deslich et al (2001) obtiveram H’ = 3,04 nats/ind. em um fragmento do planalto paulistano, sendo o valor que mais se aproximou ao encontrado na área de Reserva Legal do assentamento Santa Zélia
Summary
Aspectos históricos da área estudada Devido à exuberância da fauna e flora da região, em 1941, a área oeste do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, num total de 247.000 ha, foi transformada, por decreto, em reserva de fauna e flora, recebendo a denominação de “Grande Reserva do Pontal”. Em 1950, a área foi distribuída por ação governamental para que fosse explorada, dando início, então, a um processo desenfreado de ocupação do solo, reduzindo drasticamente a cobertura vegetal da região. Hoje restam apenas 1,85% dos 247.000 hectares da Grande Reserva do Pontal, estando sua maior parte concentrada no Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD), de aproximadamente 34.000 hectares, e em fragmentos adjacentes (aproximadamente 12.000 hectares), espalhados pela região e localizados em propriedades privadas (VALLADARES-PÁDUA, 2002). Essa medida foi adotada por tratar-se de um plantio recente, tendo, em muitos casos, indivíduos com altura inferior a 1 metro, assim como mudas recém-plantadas em substituição às árvores mortas. A identificação das espécies foi feita em campo, e quando isso não era possível, coletava-se um ramo, devidamente numerado e identificado por técnicos do Instituto Florestal de São Paulo. A heterogeneidade florística do sítio de amostragem foi expressa pelo índice de diversidade de Shannon (PIELOU, 1975), e a similaridade florística foi analisada através do índice de Jaccard (MULLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974), comparando-se o plantio com levantamentos florísticos realizados no Parque Estadual Morro do Diabo por Baitello (1988) e Schlittler (1990)
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