Abstract

O texto apresenta resultados de uma pesquisa sobre as perceções de um grupo de trabalhadores que integram um segmento periférico das Forças Armadas portuguesas, contratados a termo e em situação de mobilidade geográfica mensal. Procurou conhecer os impactos destes tipos de flexibilidade nas forças armadas sobre as suas expetativas e estratégias profissionais e pessoais. Foram utilizados inquéritos por questionário e entrevistas semiestruturadas. Verificou-se a existência de precaridade de emprego e de trabalho, que são fontes de insatisfação; sentimento de segmentação laboral relativamente ao núcleo-duro; dificuldades de conciliação e de acesso a formação. Concluiu-se que os desafios para a organização militar são bastantes, com uma força de trabalho que tende a apresentar-se desmoralizada pela precariedade, pela sensação de rotina, fadiga e impossibilidade de progressão. Para os indivíduos, a consciência de "trabalhador nómada" começa a pesar, com as deslocações constantes, com a aproximação do fim do contrato e com a necessidade de preparação para a reintegração no mercado de trabalho. A precariedade é hoje experienciada num dos setores que ainda há pouco se considerava dos mais estruturados e que garantia permanência e estabilidade de carreira, o militar, e que hoje é também já um local de "passagem" dos seus "profissionais".

Highlights

  • The paper presents results of a survey on the perceptions of a group of workers who are part of a peripheral segment of the Portuguese Armed Forces hired on a fixed-term basis and subjected to constant geographical mobility

  • It explores the impacts of such flexibility in work practices in the armed forces on their professional and personal expectations and strategies

  • We observed the existence of employment and labor precariousness, which are sources of dissatisfaction; feelings of labor segmentation with respect to mainstream groups within army; difficulties in reconciliation and access to training

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Summary

Introdução

V erifica-se atualmente uma mudança do modelo de regulação fordista, com a expansão de modalidades de emprego e de vínculo contratual antes consideradas atípicas. Esse é o objetivo do estudo aqui apresentado, que analisa as perceções de um grupo específico de trabalhadores, que integram um segmento periférico das Forças Armadas portuguesas, porque contratados a termo e em situação de mobilidade geográfica mensal. O estudo explorou as perceções das pessoas desta equipa relativamente à sua situação laboral, procurando conhecer os impactos deste tipo de trabalho flexível (vínculo contratual e mobilidade geográfica) sobre as suas expetativas e estratégias profissionais, a sua vida e projetos familiares, também sobre o acesso a formação profissional e académica, as condições de remuneração e de desenvolvimento profissional. Aspetos interessantes diz respeito à comparação que se estabelece necessariamente entre estes oficiais das forças armadas e o outro segmento de oficiais, com vínculo permanente

Flexibilização e precariedade laboral
Precariedade e mobilidade geográfica e os seus impactos
Material e métodos
A ida para o lado soft das Forças Armadas: o ingresso no PDDN
Precariedade e satisfação
Segmentação entre núcleo duro e periferia
Implicações da mobilidade geográfica mensal
Findings
Conclusões
Full Text
Paper version not known

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