Abstract

O artigo propõe revisar e discutir o par conceitual “fluxos e fixos” proposto pelo geógrafo brasileiro Milton Santos nos anos 1970, ampliando um quadro de exemplos pertinentes e produzindo um esquema compreensivo válido para este sistema conceitual. O uso desse par conceitual na Geografia e em outras áreas das Ciências Humanas é ainda pertinente na atualidade, pois permite apreender tanto as estruturas como o movimento de uma cena geográfica. Em vista disto, retomar o conceito e ampliar suas possibilidades e campos de aplicação torna-se relevante. Em uma sessão inicial, comenta-se a importante percepção de que o espaço contém tempo, encaminhada por geógrafos do início do século XX, como Vidal de La Blache. Entrementes, sustenta-se que, se foi uma contribuição vital a percepção do tempo acumulado no espaço geográfico, é preciso também dar a perceber que o tempo também está presente nas paisagens geográficas pelo simples fato de que estas não são estáticas, aspecto contemplado pela complementaridade recíproca do par conceitual fixos-fluxos.Ideias destacadas: artigo de revisão e reflexão sobre o par conceitual “fluxos/fixos” proposto pelo geógrafo brasileiro Milton Santos. Reexamina-se a contribuição desse geógrafo, e exploram-se os desdobramentos dessa perspectiva teórica. Acrescenta-se um refinamento original através de uma tipologia mais especificada de diferentes tipos de fluxos e fixos.

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