Abstract

No período antigo – grego e helenístico em particular – a filosofia era concebida não como uma atividade intelectual pura voltada para a busca da verdade, mas como um exercício prático de pensamento que deveria servir à vida e ter como objetivo a autotransformação. O objetivo era aprender a conduzir uma vida filosófica e a cuidar de si: principalmente de suas falas e ações. Não era tão importante poder expor uma doutrina verdadeira, mas sim colocar em prática os ensinamentos que eram dados. Esta perspectiva caduca já no período medieval, mas podemos perguntar-nos se a atitude pragmatista não reanima alguns dos seus aspectos: por exemplo, a enxertia da prática na teoria, a concepção de ideias como planos de ação, a referência a efeitos de verdade, e similar. Neste artigo pretendo testar esta hipótese, especialmente com referência ao estudo que Peirce realizou sobre o processo de “autocontrole” (os antigos diriam “autogoverno”, autarkeia) como base da ética, entendida como uma ciência normativa e o fundamento da lógica.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call