Abstract
O ponto de partida deste estudo reside na constatação de que o declínio da mobilização partidária e socialização política é de grande importância para entender melhor a democracia e como ela pode sobreviver. A nível nacional, a atividade dos membros dos partidos tem características significativas, que estão profundamente assentes na cultura política do país. A nível individual, o ativismo partidário é uma missão específica para cada pessoa. A filiação partidária não é apenas parte de sua história de vida única, mas também serve como um elo de ligação na cadeia de sustentabilidade do partido. O estudo da mobilização partidária e a socialização política carecem de maior desenvolvimento no contexto português, particularmente o estudo da escolha da atividade dos membros do partido. O principal objetivo deste artigo é o de identificar, numa perspetiva comparada, os traços sociodemográficos básicos assim como um conjunto de atitudes político-ideológicas essenciais distintivos de membros partidários de três partidos Portugueses principais com assento parlamentar (Partido Socialista – PS, Partido Social Democrata Militantes; partidos; filiados partidários; democracia; socialização PSD e Centro Democrático e Social/Partido Popular – CDS/PP). A metodologia deste estudo baseia-se na técnica da sondagem, validada na pesquisa do projeto MAPP (Working group on Members and Activists of Political Parties). Este é um objeto escassamente analisado em Portugal (Stock et al. 1985; Lisi & Espírito Santo, 2017), sendo que os resultados esperados serão os de contribuir para identificar causalidades no que se refere à diminuição e à falta de interesse pela participação partidária, mas também política em geral, por um lado. Por outro, pretende-se contribuir para conhecer melhor, por dentro dos partidos, quem são os filiados partidários e como poderão distinguir-se dos militantes.
Highlights
Our starting point is that the decline of party mobilisation and political socialisation is of great importance to better understand both how democracy works and how it may survive
Antonio Albino Canelas Rubim better, in an inside party perspective, who are the party affiliates and how they can distinguish themselves from the activists
O advento da democracia veio acompanhado, no pós-revolução, por uma forte vontade inicial de participação dos cidadãos nos destinos da sociedade e dos partidos, mas que, gradualmente viria a revelar-se um indicador com tendência a perder importância à medida que a desilusão com os partidos e a esperança na democracia se instalava
Summary
A afirmação dos partidos políticos no pós 25 de abril de 1974 foi acompanhada por um crescimento efetivo do número de filiados/militantes. “os resultados (...) confirmaram a polarização do novo sistema de partidos portugueses, nos termos tradicionais de esquerda/direita, dado que os delegados de cada um dos partidos analisados assumem atitudes claramente identificáveis ao longo dum espectro político-ideológico, o qual, numa perspetiva comparativa transnacional, surge como particularmente amplo” e ainda que “os delegados dos partidos estudados parecem mesmo (...) ser mais motivados por preocupações de ordem política e ideológica, que objetiva e materialista, especialmente no que se refere aos partidos de esquerda” Indiretamente, ao fenómeno do militantismo, é de referir ainda a contribuição de Braga da Cruz (1985) que analisa a participação política dos jovens, com base num inquérito aplicado a elementos de organizações políticas juvenis, sendo que as mesmas foram criadas pelos respetivos partidos ou à sombra deles, como forma de garantir uma ponte de contato entre os partidos e os jovens. Considerando o cenário atual, a definição formal do membro do partido, dentro dos critérios e condições para a adesão, é expressa nos estatutos de cada partido, e é bastante semelhante e suficientemente extensa, entre todos os partidos, como pode ser visto na tabela abaixo
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