Abstract

Este artigo examina a interseção entre o horror contemporâneo e o fenômeno do Antropoceno na obra da escritora argentina Samanta Schweblin. Inicialmente, aborda-se a conexão intrínseca entre o horror e as mudanças climáticas, destacando como a literatura de gênero é capaz de refletir e reagir aos desafios ecológicos da era atual. Schweblin, por sua vez, utiliza uma espacialidade específica em suas narrativas, focando nas monoculturas de soja transgênica no interior argentino, no que pode ser enquadrado sob o conceito de Zona de Sacrifício. Essa escolha não apenas fornece um pano de fundo vívido, mas também funciona como um meio de problematizar os cronotopos, conceito introduzido por Mikhail Bakhtin, especialmente os cronotopos clássicos do horror do norte global, que no texto são caracterizados como desempenhando um funcionamento de horror de periferia. Em seguida, o texto analisa como Schweblin desenvolve uma literatura de horror singular que desafia a história colonial da América Latina, a partir de uma perspectiva tranversal e sistêmica, que conecta as dimensões corporais, sociais e ambientais. Sua escrita evoca um sentido de estranhamento e inquietação, mergulhando nas complexidades das relações humanas e ecológicas na era do Antropoceno. Ao situar suas narrativas em um contexto latino-americano, Schweblin oferece uma perspectiva singular sobre os efeitos devastadores do colonialismo e da exploração humana sobre o meio ambiente. Em suma, o trabalho de Schweblin não apenas oferece uma visão original do horror contemporâneo, mas também serve como uma reflexão sobre as interações entre humanidade, natureza e poder em um mundo cada vez mais dominado pelo impacto humano.

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