Abstract

O artigo reflete sobre a relação entre identificação social e empoderamento da juventude negra em Belém do Pará, com uma perspectiva etnográfica, a partir de observação participante empreendida durante a produção e participação nas “festas preta” que são promovidas e realizadas em Belém. A Festa Preta é organizada pela juventude negra e para a juventude negra, marcada pela valorização identitária e pela construção de referenciais éticos, políticos e estéticos comprometidos com a crítica social e com a ressignificação étnica da diáspora africana. De certa maneira, pode-se compreender essas festas como uma performance identitária, associada a processos urbanos de etnogênese e de reivindicação de reconhecimento. O artigo discute os processos de sociação nela presentes a partir de três elementos – estilo, música e corpo (HALL, 2006) – e procura refletir sobre as dinâmicas políticas presentes na formação performática de “platôs de socialidades” (Autor)

Highlights

  • É utilizada com um viés político que pretende posicionar os atores envolvidos, jovens que se dizem pretos, a partir de uma perspectiva de afirmação identitária

  • A “AFROnto” se conforma enquanto experiência social de partilha dos seus frequentadores, uma www.periodicos.uff.br/pragmatizes - ISSN 2237-1508 (Fluxo Contínuo) experiência de identificação que pode ser compreendida como imediata, clara, sem nuances ou ambiguidades, quesitos sugeridos por Magnani para diferenciar entre os indivíduos que fazem e os que não fazem parte do “pedaço” (MAGNANI, 2002, p. 20)

  • Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Museu Nacional, 1987

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Summary

Nacional por Amostra de Domicílios

Considerando o contexto social referenciado acima, refletimos a respeito dos dados levantados em nossa etnografia buscando interpretálos a partir das performances (SCHECHNER, 1985; 1988) produzida nas festas pretas associadas à reflexão sobre as etnogêneses em sua dimensão política. – ou anti-simbólico – constituído em torno das festas pretas pode ser compreendido como aquilo a que Castro e Castro (2019) denominam “espaço de performance”, uma vivência marcada por uma sociação (SIMMEL, 1999; 2006) construída em torno da ressignificação de afetos e memórias. Nossa etnografia incluiu uma observação participante que alcançou, para além das festas, o processo de sua organização, desmontagem e eventual reflexão a respeito da experiência havida – avaliação que se dava tanto no seio do núcleo da juventude do Cedenpa, como por meio do diálogo com os interlocutores que dela haviam participado. Dessa forma, essas festas pretas questionam a estrutura social ao produzirem um espelho mágico (TURNER, 1988) da sua antiestrutura

Ainda como observam Castro e
Fashion Rebels surgida na África do
Referências bibliográficas
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