Festa e Trabalho

João Marcos Cardoso

doi:10.11606/issn.2595-5802.v2i1p196-215

Abstract

O artigo analisa as representações da presença de cinquenta nativos brasileiros na entrada de Henrique II em Rouen, França, em 1550. A fonte principal das representações é o livro C’est la Deduction du Sumptueux Ordre Plaifantz (...), impresso em 1551, onde o teatro encenado pelos índios tupinambás é representado através de texto e iconografias. O objetivo da análise é revelar como os termos resplandecentes usados para descrever a aliança entre os índios tupinambás e os normandos escondem a intenção de explorar a mão de obra dos nativos brasileiros pelos conquistadores franceses.

Highlights

É razoável supor que fez parte dos preparativos da entrada em Rouen o projeto do livro e a designação de cidadãos para sua elaboração: cronistas tomavam notas precisas do que viam e artistas esboçavam os magnificentes aspectos da cerimônia e de seus personagens
Enquadrada nesse contexto, passemos à descrição da cena, tal como aparece na Dedução, aqui reproduzida integralmente em tradução minha[9]: Ao longo da dita calçada, que se estende desde a frente das citadas muralhas, até a beira do rio Sena, localiza-se uma praça, ou prado não edificado, de duzentos passos de comprimento e trinta e cinco de largura, a qual é em sua maior parte naturalmente plantada e sombreada, na ordem, por salgueiros de altura média e além disso foi o vazio artificialmente preenchido por várias outras árvores e arbustos como giesta, zimbro, buxo e seus semelhantes, plantados em conjuntos espessos

Summary

Introduction

A história é bem conhecida: nos dois primeiros dias do mês de outubro de 1550, rei e rainha da França, Henrique ii e Catarina de Médici, são recebidos por uma grande cerimônia pública em Rouen, principal cidade da Normandia, no norte da França. A entrada de Henrique ii em Rouen foi uma das mais expressivas de seu tempo e contou com laboriosa preparação e execução.

Results

Conclusion