Abstract

Este trabalho busca investigar os indícios de avanços nos direitos das mulheres no pós Primavera Árabe da Tunísia, entre os anos de 2010 e 2014, através das categorias analíticas do feminismo islâmico e do pós-colonialismo. Em função da agitação político-social refletida nas grandes manifestações populares clamando por maiores liberdades, e evidenciando um hiato entre os direitos garantidos pelo texto constitucional existente no período precedente à Primavera Árabe, o de 1959, trabalha-se aqui com a hipótese de que essa oportunidade teria sido aproveitada pelas tunisianas, tendo sua lutasimbolizada na nova constituição de 2014. Para tanto, observa-se os trechos constitucionais de 1959 e 2014 e avaliam-se os reflexos das lutas de gênero. Conclui-se que as mulheres obtiveram sucesso em sua luta, ao menos no sentido de terem sido garantidos, na nova constituição, seus direitos e deveres. Além disso, inferiu-se, a partir de seus ganhos, a confirmação de que o feminismo islâmico não deve ser compreendido sob a perspectiva ocidental, uma vez que cada movimento possui suas próprias reivindicações e particularidades.

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