Abstract

Este artigo faz parte de um estudo sobre mulheres em situação de rua em Fortaleza-CE, perfazendo a discussão sobre gênero e vida nas ruas a partir das narrativas das mulheres participantes do “Grupo Madalenas”, um projeto inserido no contexto das atividades do “Grupo Espírita Casa da Sopa”. Buscou-se investigar as especificidades de gênero no debate sobre as populações em situação de rua e as violências sofridas por ela. A discussão sobre o cuidado entre mulheres parte das noções de sororidade, cuidado social e interseccionalidade, tendo em vista a realidade de pobreza e exclusão social em que vivem e as estratégias de cuidado de si e com as outras para o enfrentamento das violências sofridas em situação de rua. Seguindo o método da pesquisa-ação, o estudo construiu uma teia de conhecimentos que parte das experiências em grupo, as narrativas das participantes e os saberes produzidos pelas mulheres como saídas para a superação da situação de rua Nas narrativas sobre si, “a fala das Madalenas”, revelaram que a violência perpassa suas vidas desde casa, com a ruptura dos laços familiares, até as ruas, com base no machismo estrutural da sociedade e agravada pela pobreza e pela exclusão social. Em grupo, as mulheres constroem uma ação política ao mesmo tempo que cuidam de si e das outras, em uma modalidade de aliança feminista pelo cuidado.

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