Abstract

O presente trabalho propõe um modelo tipológico capaz de fundamentar o entendimento da conexão entre políticas públicas e dinâmica eleitoral em uma democracia federal onde o poder de formular e implementar políticas públicas é relativamente descentralizado. De modo mais geral, esta tipologia de políticas públicas pretende avançar além das dicotomias tradicionais da ciência política - clientelismo vs. universalismo / partidos catch-all vs. partidos programáticos - oferecendo uma nova perspectiva analítica, de corte não dualista. A tipologia classifica as políticas públicas a partir de duas dimensões: os critérios de alocação de recursos (políticopartidários ou universalistas) e a natureza dos bens e serviços produzidos (privados ou públicos). A partir do cruzamento das duas dimensões, o trabalho define quatro tipos de estratégias de implementação de políticas públicas: clientelismo, política distributiva, focalização e universalismo. Também são definidas algumas hipóteses capazes de explicar as escolhas de política pública realizadas pelos governos subnacionais. O trabalho leva em conta três ordens de fatores explicativos: competição política horizontal (entre partidos políticos), competição vertical (entre esferas de governo) e contexto socioeconômico e demográfico.

Highlights

  • O que se quer argumentar aqui é que muitas políticas públicas que supostamente abririam espaço para o estabelecimento de relações clientelistas, como, por exemplo, políticas de construção de escolas e hospitais não se enquadram muito bem na definição de bens privados e, portanto, não podem ser entendidas da forma mais adequada sob o prisma do clientelismo “puro”

  • This paper proposes a typological model to provide further understanding of the connection between public policies and electoral dynamics in a federal democracy in which the power to formulate and implement public policies is relatively decentralized

  • This typology of public policies is intended to move beyond the traditional dichotomies of political science – clientelism vs. universalism / catch-all parties vs. programmatic parties – offering a new analytical perspective, with a non-dualistic approach

Read more

Summary

André Borges*

O presente trabalho propõe um modelo tipológico capaz de fundamentar o entendimento da conexão entre políticas públicas e dinâmica eleitoral em uma democracia federal onde o poder de formular e implementar políticas públicas é relativamente descentralizado. Listas, como, por exemplo, políticas de construção de escolas e hospitais não se enquadram muito bem na definição de bens privados e, portanto, não podem ser entendidas da forma mais adequada sob o prisma do clientelismo “puro”. Mesmo quando estas políticas públicas geram benefícios coletivos, como no caso da construção de escolas, estes benefícios são circunscritos a um determinado município ou região geográfica (para uma revisão desta literatura, ver LIMONGI, 1994). É importante observar que na hipótese da utilização estratégica de políticas distributivas não está presente a ideia de uma conexão direta entre o recebimento de um dado benefício pelo eleitor e uma recompensa dada ao governo na forma de um voto de apoio, especialmente naqueles casos em que a política pública se aproxima da definição de bem público (em nível municipal). A coesão partidária (especialmente dos partidos de oposição) é maior, os partidos demonstram maior independência em relação ao Executivo, os conflitos entre Executivo e Legislativo são frequentes e a profissionalização das assembleias é maior

Uma classificação alternativa
Critério de alocação
Competição política horizontal
Competição vertical

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.