Abstract
O artigo tem como objeto as famílias da elite de Belém no período da economia da borracha, entre os anos de 1870 a 1920. Nele se discute a configuração e transformação de suas fortunas, os contratos de dotação e a introdução de novos grupos sociais formados por uma elite mercantil ligada direta, ou indiretamente, ao negócio da borracha. Segue evidenciando as alianças matrimoniais verticais mantidas pelos proprietários de terra e gado que, pouco a pouco, foram tendo que dar lugar aos matrimônios horizontais, marcados pelo casamento com indivíduos de fora do grupo de parentesco, muitos deles comerciantes recém chegados à capital. Como fontes para a realização do trabalho, foram utilizados inventários, jornais e relatórios administrativos.
Highlights
É necessário destacar ainda que todos os comerciantes da família Cunha aqui citados, em particular Francisco, João Gualberto e Antonio, assim como os homens de negócios com quem estes estavam envolvidos pelas diversas alianças matrimoniais estabelecidas, em particular, Bento Rabello e José Caetano Ribeiro da Silva, eram membros da Praça do Comércio e participaram das reuniões que reorganizaram aquela associação, tendo seus nomes revezados nos seus diversos cargos, desde a presidência às diretorias.[20]
Compreende-se que as alianças entre as famílias dos diversos segmentos sociais da elite conformavam não apenas laços matrimoniais, mas também relações comerciais envolvendo redes de parentesco e afinidade que impulsionavam atividades, negócios, associações e auxílios financeiros em diversos níveis
Passo agora a analisar alguns contratos de dotação nupcial que encontrei nos inventários pesquisados, e que vão ser discutidos no sentido de compreender melhor o perfil das alianças matrimoniais dos grupos de elite
Summary
O período que compreendeu os anos de 1870 a 1920 foi marcado por inúmeras mudanças na capital paraense. Descendente da família Pombo, João Florêncio Henrique da Silva Pombo herda as terras das Ilhas Mexianas e, em seu inventário no ano de 1865, juntamente com cerca de 30 escravos, vários animais, casas e terrenos em Belém, declara a presença de seringais em seus domínios, os quais correspondiam a quase 9% do valor total de seus bens.[3]. A questão que agora se coloca é de que forma a expansão mercantil verificada nesse final do século XIX vai estar refletida nas mudanças do perfil da riqueza e do patrimônio das famílias da elite local, entendida aqui como o grupo de indivíduos abastados que têm privilégios, influência e poder inacessíveis aos demais membros da sociedade.[7]. Tentei evidenciar de que forma novos tipos de bens ganharam espaço nos portfolios das famílias, refletindo a influência das transformações socioeconômicas, proporcionadas pelo comércio da borracha, na configuração das riquezas
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