Abstract

O Aikanã, língua indígena geneticamente isolada do sul de Rondônia, tem uma maneira de expressar o tempo futuro verbal que é, à primeira vista, algo surpreendente. A construção, que é obrigatória para o tempo futuro, envolve, além de um morfema de futuro (-re-, ou futuro remoto -ta-), sempre um morfema da primeira pessoa (seja singular ou plural), independente de o verbo estar flexionado para pessoa (seja primeira ou não). Consequentemente, o tempo futuro em Aikanã sempre envolve dois marcadores pessoais no verbo, que correspondem gramaticalmente em número com o sujeito do verbo, mas não necessariamente em pessoa. Mesmo assim, como é demonstrado, ainda que não correspondam no nível gramatical, os marcadores correspondem em pessoa no nível discursivo. Para pesquisadores tentando investigar a língua, esse tipo de construção sempre foi enigmático. Porém, hoje, com um pouco mais de conhecimento sobre construções parecidas em línguas vizinhas (mesmo sendo línguas geneticamente não relacionadas), ficou claro como essa construção tem uma base cognitiva concreta na gramática e na semântica da língua, envolvendo citação fictícia.

Highlights

  • it has a way of expressing future

  • whether the verb is already inflected for person

  • Although these person markers do not correspond with one

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Summary

Introduction

An indigenous isolate language, is spoken in the south of the state of Rondônia, Brazil, and it has a way of expressing future tense that is, at first sight, somewhat surprising. Por exemplo, o verbo hüʔa- ‘ser bom’, que é de uma declinação alternativa; no tempo não futuro, morfemas alternativos de pessoa são usados: (13) hüʔa-di-ẽ bom-1sg-dec ‘Eu sou bom’

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