Abstract
A evolução cósmica e biológica é hoje um fato universalmente admitido pela comunidade científica. Muitos julgam que essa posição científica é incompatível com a aceitação de um Deus criador do mundo, seja que neguem a criação em nome da evolução, seja que rejeitem a evolução em nome da fé. O artigo pretende apontar a inconsistência do dilema “evolução ou criação”, mostrando, mediante uma reflexão filosófica, que ele deriva de uma falsa compreensão do método e do alcance tanto das ciências positivas como da teologia. Defende, além disso, que compete aos cientistas verificar se o neodarwinismo da teoria sintética é ou não uma explicação científica satisfatória dos fenômenos. Afirma, porém, que também essa teoria seria compatível com uma ideia adequada de criação, mesmo que não recorra, para explicar a evolução, nem à intervenção de uma causa eficiente trans-empírica, nem a uma inteligência superior que oriente o processo evolutivo para determinados fins. Com efeito, a ação criadora de Deus que confere o ser e agir a toda a realidade natural e a orienta, de algum modo, para seus fins, tem um caráter transcendente, e, por princípio, não pode ser detectada pela investigação científica, mas, tão somente, pela reflexão filosófica.
Highlights
Resumo – A evolução cósmica e biológica é hoje um fato universalmente admitido pela comunidade científica
Believe that this scientific position is irreconcilable with the idea of a worldcreator God; they either deny creation in virtue of evolution or reject evolution in virtue of their faith
Its purpose is to show the fallacy of the evolution/ creation dilemma and to explain by means of philosophical reflection that this dilemma arises from a false understanding of the respective
Summary
Porém, de detalhar as posições desses dois partidos adversários, faz-se mister apresentar brevemente a noção científica de evolução. Podemos caracterizar a evolução biológica como a afirmação de que as espécies de organismos atualmente existentes surgiram na Terra a partir de outras espécies de organismos que foram se diferenciando ao longo do tempo[2]. A evolução biológica implica que todos os organismos vivos descendem de uma mesma espécie originária de organismos muito simples. Portanto, um único tronco comum, a partir do qual foram se diversificando novos tipos de organismos em sucessivas transformações até o surgimento das espécies atuais, que, em princípio, seguem evoluindo. O mundo da vida pode ser comparado a uma árvore cujos ramos vão se multiplicando e diferenciando cada vez mais ao longo do tempo a partir do tronco comum
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