Abstract

Os registros orais, desprovidos de grande elaboração retórica, marcam os relatos familiares e os depoimentos sobre episódios marcantes e particularidades aparentemente menores dos grandes conflitos, como a Segunda Guerra Mundial. A memória oral cumpriu uma importante função de transmissão da história, especialmente ao legar para o registro escrito a sistematização dos testemunhos, revelando memórias pessoais na forma de cartas, diários e narrativas, além de se incorporar a várias obras de ficção. Neste trabalho apresentamos o valor de testemunhos de ex-partigiani reunidos no volume Io sono l’ultimo (Eu sou o último) como evocação e transmissão de lembranças pessoais extremamente ligadas ao conflito e como manifestações no âmbito literário. A valorização de uma tradição de comunicação das lembranças pelos descendentes e pelos compatriotas torna o testemunho de homens e mulheres que lutaram pela libertação de muitas localidades italianas muito mais que relato fragmentado quando os leitores interessados na memória dos que sobreviveram, integrada à micro-história dos acontecimentos, percebem a sua lógica expressiva. Exploramos tanto o sentido de testemunha adotado por Giorgio Agamben, quanto o valor estético da voz traumatizada na perspectiva de Márcio Seligmann-Silva.

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