Abstract
Neste artigo, analisamos a propaganda institucional videográfica da Caixa Econômica Federal de homenagem ao Dia Internacional da Mulher, veiculada no ano de 2010. Com base nos pressupostos da Análise Crítica do Discurso (ACD) em suas relações profícuas com algumas noções da Análise de Discurso dita francesa e com a gramática do design visual, buscamos demonstrar a sustentação de uma identidade marginalizada da mulher brasileira nessa materialidade a partir do que chamamos de 'estados paradoxais das ordens do ver e do dizer'. Considerando a relação direta entre a materialidade textual, em sua composição multimodal, e as relações sociais que dela derivam, apontamos a contradição entre homenagear, no nível verbal, e homenagear, no nível imagético. A inflexão da materialidade sobre os sentidos denuncia a permanência, ainda que latente, das determinações sociais sobre as práticas linguísticas configuradoras da identidade da mulher brasileira.
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