Abstract

A partir da contraposição entre vários depoimentos, a montagem de Na Captura dos Friedmans (2003) põe em dúvida os procedimentos utilizados pela justiça e pela mídia para criminalizar Arnold e Jesse Friedman, acusados de abuso sexual contra menores em Great Neck, EUA, em 1988. O documentário recebeu elogios da crítica justamente por valorizar a ambiguidade narrativa. No entanto, buscamos mostrar que a montagem fragmentada se alinha à ideia de espetáculo, procedimento estilístico que, do ponto de vista político, se contrapõe à abertura de sentidos e à heterogeneidade de vozes que o filme mobiliza. Também chamamos atenção para o caráter performático de boa parte das imagens, pois, ele permite que sentidos e sujeitos se desloquem de lugares pré-concebidos.

Highlights

  • We aim to demonstrate that the fragmented montage is aligned with the idea of spectacle, stylistic procedure that, from a political point of view, is opposed to the opening of senses and heterogeneity of voices mobilized in the documentary

  • Ao adotar uma narrativa melodramática e pulverizar os planos, o documentário Na Captura dos Friedmans sequestra do sujeito filmado um porvir e também nega ao espectador uma nova experiência com as imagens em movimento, ambos são expropriados de uma certa transformação de si

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Summary

Elogios e denúncias à montagem

No ano de seu lançamento, o filme de estreia do diretor norte-americano Andrew Jarecki, Na Captura dos Friedmans (2003), foi indicado ao Oscar de melhor documentário e ganhou o Grande Prêmio do Júri do Sundance Film Festival. O jogo entre as imagens performáticas de Na Captura dos Friedmans, pois elas são um ponto forte do trilha sonora e imagem assinala esse poder que o filme tem de, transformando-os em personagens documentário, condicionando as redes de sentido de si mesmos, modificar-lhes a vida. O caráter de encenação, Tomando como referência os filmes de família que de teatralização do filme é ressaltado de forma serviram de base para o documentário, pode-se bastante autorreferencial em toda a sequência que afirmar com toda a segurança que os Friedmans constitui, por assim dizer, o seu prólogo. Elaine, David, Seth inventavam cenas e histórias inteiras, bastante e Jesse, nesta sequência, são identificados por uma sofisticadas, para serem filmadas. Ele cede não só seu videodiário a Jarecki como fotos e filmes de família, além de dar entrevistas ao diretor

Entre o trauma e a possibilidade de uma nova cena enunciativa
Virando a montagem ao avesso
O duplo funcionamento da montagem
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