Abstract

O texto tem o objetivo de refletir acerca de experiências realizadas em cursos de extensão universitária que trabalharam o ensino de línguas e a criação de dramaturgia nas línguas indígenas. A metodologia incluiu contação de histórias, improvisação teatral e a escrita de textos em Macuxi e Wapichana pelos alunos que falam fluentemente essas línguas. Os ensaios e apresentações acontecem para as turmas de nível intermediário e iniciante. A pesquisa discute as relações entre narrativas orais, escritas, performance, teatro, poética e memória na perspectiva de Benjamin (1985) e Zumthor (1997, 2000), destacando a relevância do teatro como linguagem capaz de contribuir no exercício do ato narrativo nas línguas indígenas entre os povos Macuxi e Wapichana e no ensino/aprendizagem de suas línguas e culturas. O resultado é a organização de um banco de dados com textos dramáticos indígenas e outros materiais para o uso da comunidade em geral, contribuindo no processo de ensino dessas línguas em Roraima.

Highlights

  • RESUMO O texto tem o objetivo de refletir acerca de experiências realizadas em cursos de extensão universitária que trabalharam o ensino de línguas e a criação de dramaturgia nas línguas indígenas

  • Uma das cenas mais engraçadas, que fez todos caírem na gargalhada, foi em Pri’yawon Pepîn Moropai Piasan (A Moça e o Pajé), o único texto que fez o caminho contrário, foi traduzido da língua portuguesa para a macuxi

  • A leitura e a audição de textos escritos nas línguas Macuxi e Wapichana são fatores de aperfeiçoamento da pronúncia e, acompanhados de tradução, é material que vem funcionando bem no ensino dessas línguas

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Summary

COMO OS NEOLOGISMOS PARA TEATRO E DRAMATURGIA FORAM CRIADOS

Quando a turma de Macuxi decidiu chamar teatro de esenumenkanto pata’se (lugar de assistir algo), interpretaram pelo lado do espectador que de fato espera assistir algo. No Insikiran, trabalhamos para discutir nas comunidades sobre qual política cultural, de memória e linguística poderia ser relevante, assim como para praticar a oralidade em novos locais de uso e produzir materiais escritos nas línguas indígenas (dramaturgia Macuxi e Wapichana). Comparando o texto poético ao dramático e substituindo poeta por ator, que em nossa visão, mesmo quando interpreta outros gêneros narrativos, exala poesia, nos apropriamos das ideias trabalhadas por Zumthor em relação à poesia e performance, para pensar a relação dramaturgia e ação cênica. O movimento de buscar narrativas para encenação funcionou também como estratégia para documentar e trabalhar o exercício da oralidade, da memória e da escrita nas línguas Macuxi e Wapichana. A partir dessas experiências problematizamos questões como uso dessas línguas, preservação da circulação de suas narrativas orais, sua função política, as apresentações culturais e relações interculturais

O ENSINO DAS LÍNGUAS E CULTURAS MACUXI E WAPICHANA PELO TEATRO
Normalmente quem narrava entre os Macuxi eram os mais velhos da turma
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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