Abstract

Questionando a aplicabilidade do modelo periodológico das histórias romântica e positivista ao estudo da poesia portuguesa dos sécs. xvii-xviii, este texto pretende indagar sobre novas possibilidades metodológicas surgidas no domínio da teorização contemporânea. Teremos, assim, em consideração um âmbito particular, visando o contexto literário entre Barroco e Ilustração (Bègue, Ruiz Pérez); a que somamos o âmbito geral da historiografia literária contemporânea, no qual se propõem novas abordagens temáticas e modelos alternativos de configuração do sentido (Bourdieu, Greenblatt, Valdés). Em suma, procuramos levar a efeito uma revalorização da literatura setecentista através dos instrumentos da nova história literária. História Literária que, através da assimilação de um conjunto de novas perspetivas (sociológicas e hermenêuticas), se nos afigura como percurso renovado, capaz de responder aos desafios institucionais e críticos que a constituem.

Highlights

  • RESUMO Questionando a aplicabilidade do modelo periodológico das histórias romântica e positivista ao estudo da poesia portuguesa dos sécs

  • Trying to summarize some new methodological possibilities, we will first look over the particular field of the poetry between Baroque and Illustration (Bègue, Ruiz Pérez)

  • We intend to promote a reappraisal of the literature of the said period through the instruments of the new literary history

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Summary

HISTÓRIA E CRÍTICA DA “IDADE DE FERRO” DA LITERATURA PORTUGUESA

Se folhearmos algumas das histórias da literatura portuguesa, desde os empreendimentos de Teófilo Braga e de Mendes dos Remédios aos mais recentes contributos de António José Saraiva e Óscar Lopes e os volumes III e IV da História Crítica da Literatura, dirigida por Carlos Reis, apercebemo-nos rapidamente de uma quase ausência no que diz respeito à produção literária portuguesa da primeira metade do século XVIII. Tendo em consideração o problema do estabelecimento do ponto de partida de um estudo em torno de um horizonte cultural marcado por conceções ideológicas díspares, que se afiguram sobrepostas, do ponto de vista cronológico (Ilustração barroca ou Barroco ilustrado, cf Magallón, 2001: 42), Alain Bègue propõe a perspetiva de abordagem “entre siglos” como forma de escapar aos preconceitos acerca da produção literária da chamada “época dos novatores”. As marcas dessa emergência são sugestivas de um contexto cultural que deve, no nosso entender, assumir protagonismo como dado relevante numa época da história em que uma progressiva autonomização do campo literário, face a outras esferas do saber letrado, se compassa com a afirmação do discurso da modernidade

REDEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
A MARCA DA SOCIOLOGIA E O REGRESSO DO AUTOR AOS ESTUDOS LITERÁRIOS
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