Abstract

Este trabalho trata de práticas culturais das gerações mais novas de uma comunidade quilombola do Sertão nordestino, localizada no município de Água Branca-AL, Brasil. Foram realizadas 11 oficinas com 37 crianças quilombolas e 2 idosos/as. A partir do protagonismo das crianças, foram executadas caminhadas pelo território, rodas de conversas, diálogos intergeracionais, brincadeiras e confecção de brinquedos ensinados por essas gerações. Com as atividades realizadas, os/as participantes mais jovens explicitaram sua identidade quilombola ligada essencialmente ao que fazem no território; envolvendo práticas culturais específicas da sua posição geracional enquanto crianças. Identificamos como exemplos dessas práticas: cantigas populares; brincar de ximbra; confeccionar bonecas e petecas de milho, carrinhos de bananeira e/ou de lata; se envolver (ou não) no artesanato local; cantar e dançar funk. Com base nestas experiências e nos estudos de culturas infantis, compreendemos que, ao mesmo tempo em que as crianças preservam parte da tradição popular, passada de geração em geração, elas também são catalisadoras de algumas transformações culturais locais. Como conclusão, é relevante a desconstrução da imagem generalizada dos quilombos apenas como locus de transmissão e reprodução das tradições, bem como das crianças marcadamente como receptoras da cultura dos/as mais velhos/as.  

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