Abstract

Quando a temporalização da história e da percepção põe em movimento um presente cada vez mais efêmero e contingente, a categoria do instante adquire lugar relevante no cenário epistemológico moderno. Surge, na segunda metade do século XIX, verdadeiro arsenal cronométrico que se articula ao imperativo de estruturar o tempo, dentro e fora do corpo, em substâncias idênticas, eminentemente divisíveis e estimáveis, opondo-se à hipótese filosófica e fenomenológica de que o tempo, por excelência, seria um contínuo indivisível. Trata-se de uma disputa pela imagem do tempo e, portanto, por sua natureza e seu sentido - dilema que envolve o mapeamento e o 'imageamento' por meio das novas tecnologias da imagem, tendo no microinstante um conceito-chave e na fotografia instantânea uma engrenagem fundamental. Presente como problemática na formulação de campos de saber variados, a fotografia participa não apenas de uma cronometria generalizada, mas também da problematização dessa fragmentação temporal, crítica que instaura novas percepções e relativizações acerca do tempo. Nesse sentido, perpassando as experiências fotográficas no âmbito científico de Jules Janssen e Étienne-Jules Marey, confrontando-as e levando-as a dialogar com os debates filosóficos, científicos e artísticos, o artigo pretende problematizar a profunda relação entre fotografia e experiência moderna do tempo.

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