Abstract

O artigo apresenta uma análise de elementos centrais da teoria fenomenológica de Alfred Schutz, com o objetivo de investigar as convergências entre a sua teoria social com as ideias da escola austríaca de economia do século XX, que constituíram parte significativa das bases intelectuais da chamada “racionalidade neoliberal”. Partindo das notórias conexões pessoais e acadêmicas de Schutz com dois dos autores mais influentes desta corrente de pensamento – Friedrich Hayek e Ludwig Von Mises –, o artigo busca contribuir com as discussões em teoria social que sugerem possíveis convergências entre a prevalência do chamado “individualismo metodológico” em análises teóricas à ascensão majoritária de visões de mundo ligadas a economia de mercado e que apontariam para uma substituição de análises focadas em problemas sociais como questões “estruturais” ou “sistêmicas" por abordagens focadas excessivamente em ações individuais. Para isso, o artigo apoia-se na estratégia de análise genealógica de Michel Foucault – especificamente em sua aplicação para a compreensão do neoliberalismo como uma racionalidade –, de modo que apresenta uma revisão bibliográfica e uma análise de redes sociais que fornecem as bases tanto para a discussão específica sobre o papel de Schutz na “história das ideias” do neoliberalismo quanto para a discussão mais ampla sobre o individualismo metodológico na Sociologia.

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