Abstract
Grande parte das famílias brasileiras não tem acesso aos recursos tecnológicos. Entre elas, as famílias quilombolas que possuem parcas condições financeiras e vivem distantes, o que implica o não acesso à internet. Este texto discute as ambiguidades decorrentes de um ensino fragmentado, improvisado e excludente, resultante da crise pandêmica. Trata-se de um estudo etnográfico de análise documental sobre as crianças quilombolas, que considera a crise política neoliberal, a qual aumenta a vulnerabilidade das infâncias que são vilipendiadas pelos governantes, principalmente quando se trata de educação.
Highlights
Most Brazilian families do not have access to technological resources
Discutimos, neste texto, as ambiguidades decorrentes de um ensino fragmentado em aulas remotas, improvisado e excludente, consequência do isolamento social provocado pela pandemia e agravado por um governo descompromissado com as questões humanitárias e não só
Professores da rede pública, sentimo-nos inseguros e, simultaneamente, preocupados com os rumos da educação de nossas crianças
Summary
O ano de 2020 nasceu marcado pela incerteza quanto ao futuro. O governo Bolsonaro ameaçava a população com programas excludentes, opressores e discriminatórios. O descaso evidente das autoridades públicas para a contenção da pandemia nos territórios quilombolas ocasionou a proliferação da doença que saltou, em 03 de setembro de 2020 para 4.504 casos confirmados, 155 óbitos, 03 mortes suspeitas, mas sem confirmação e ainda 1.212 em monitoramento revelando uma situação muito preocupante. Quando se trata de comunidades quilombolas, a disseminação da doença e as mortes causadas por ela são subnotificadas pelas autoridades sanitárias municipais, constituindo mais uma forma de invisibilizar essa população. Segundo previsão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2020) a suspensão das aulas e posterior ensino remoto acentuaram a frincha entre pobres e ricos e pode se estender por anos, caso os governos não invistam muito em políticas públicas. Entretanto, conjecturar sobre a não funcionalidade de antigos projetos nos moldes como foram concebidos e torcer para que em 2021 o cenário seja outro
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