Abstract
O artigo analisa a dinâmica do mercado de trabalho de municípios que, no Rio Grande do Sul, foram atingidos pelas enchentes a partir de 2023. Tomando como referência empírica dados do mercado formal de trabalho dos municípios de Cruzeiro do Sul, de Muçum e de Roca Sales, no período entre junho de 2023 e junho de 2024, argumenta-se que para as pessoas que vivem do trabalho a experiência das enchentes intensifica uma condição de precarização. Ainda que com algumas diferenças decorrentes das estruturas das atividades econômicas, a partir das enchentes observa-se o comprometimento da capacidade local de oferta de empregos; ao mesmo tempo, num contexto de destruição das cidades, mesmo as ações governamentais se mostram insuficientes para “proteger os empregos”. O que se anuncia diante dessa realidade são experiências de maior precarização, que se manifestam em diferentes formas de inseguranças e de incertezas, quanto à continuação e relativa estabilidade futura, no trabalho e nos projetos de vida.
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