Abstract

O trabalho em instituição de acolhimento é complexo e também contraditório, podendo ocasionar grandes angústias. Este estudo teve por objetivo investigar de que modo profissionais que atuam em instituição de acolhimento realizam a escuta da criança. Trata-se de um estudo de caso coletivo sustentado na psicanálise, do qual participaram dez profissionais que responderam a uma entrevista mediada pela apresentação de uma figura do Teste de Apercepção Infantil – CAT, e uma entrevista semiestruturada. Os participantes demonstraram ambivalências na atuação profissional, notadamente em atividades que demandam maior proximidade e engajamento afetivo. Verificou-se que a escuta ativa tem sido realizada pelos entrevistados, promovendo sentimentos de tristeza, dor, impotência, insegurança, bem como dúvidas e sensação de despreparo diante dos relatos. Recomenda-se a formação continuada e o incentivo à escuta ativa, oferecendo recursos para que tal estratégia seja empregada visando ao melhor interesse da criança e considerando o bem-estar dos profissionais desse campo.

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