Abstract
O objetivo deste trabalho foi analisar como os artigos sobre empreendedorismo feminino podem ser enquadrados considerando o olhar de três epistemologias distintas: a funcionalista, a fenomenológica e a teoria crítica, visando ampliar o debate sobre empreendedorismo e gênero. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática qualitativa da literatura na base de dados Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL), no período de 2012 a 2022. Após triagem, foram identificados 67 artigos, sendo 51 trabalhos categorizados como funcionalistas, quatro como de perspectiva fenomenológica, 10 artigos classificados como tendo feito uso da perspectiva crítica e dois não foram enquadrados nesta pesquisa porque fizeram uso de outras abordagens epistemológicas, como o pós-modernismo e a teoria sócio-histórica. Como resultados, foram percebidas algumas incongruências em diversos trabalhos, como o fato de se apresentar com uma epistemologia e se utilizar de ferramental de outra. Essa questão talvez possa ser explicada pela hegemonia do funcionalismo, o que requer cuidado no desenvolvimento de trabalhos de outras perspectivas, como a fenomenologia e a teoria crítica, que são importantes para se superar as ausências epistemológicas. Neste contexto, ficam evidentes os equívocos epistemológicos e a necessidade de expandir os olhares para se superar certas lacunas analíticas. Sendo assim, conclui-se que as pesquisas no campo do empreendedorismo no que tange aos estudos de gênero, carecem de abordagens distintas da abordagem dominante, o que pode estar enviesando os achados amplamente aceitos pela comunidade acadêmica, destoando da realidade enfrentada pelas mulheres no mercado.
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