Abstract

Neste trabalho apresentamos dois experimentos que articulam as temáticas da qualidade de voz, disfluências, estilos de elocução e prosódia. O primeiro experimento investiga aspectos segmentais e prosódicos que afetam a ocorrência de laringalização, de disfluências e de fronteiras de grupo acentual. O segundo estuda o uso de voz não modal em diferentes contextos prosódicos, bem como em três estilos de elocução: fala espontânea, leitura de frases e de palavras isoladas. O achado inédito no português brasileiro e também o mais robusto encontrado nos dois experimentos é a predominância de casos de qualidade de voz não modal em posições prosodicamente fortes. Embora ambos tenham adotado critérios diferentes para a definição dessas posições, a semelhança nos resultados indica que o acento no nível da frase e da palavra é um fator relevante que condiciona a distribuição das instâncias de vozeamento não modal. Os resultados do primeiro experimento indicam diferença no comportamento do vozeamento laringalizado em relação aos segmentos e ao sexo do falante, uma vez que houve predominância de ocorrência nas vogais e maior taxa de vozeamento não modal em falantes do sexo feminino. No segundo experimento, observamos que os estilos de elocução exercem efeitos significativos sobre a distribuição do vozeamento não modal. Ainda, vimos que a ocorrência de vozeamento não modal em eventos de disfluência se comporta de maneira diferente em relação ao estilo de elocução. De modo geral, concluímos que os diferentes aspectos linguísticos, a saber, fluência de fala, fonoestilo e prosódia podem afetar a qualidade de voz.

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