Abstract

O texto apresenta a/o Poética/o como estado de dis-posição, de abertura dos sensos perceptivos, da consciência compreensiva, do laço da sensibilidade e da espirituosidade para uma forma de compreensão e de fruição dos fenômenos humanos, do existir e do coexistir humanos a partir do viger da poíesis. Ou seja, dos modos originários e originantes em que jorra o vigor seminal destes fenômenos, do existir, que potencializam o emergir de nossos fazeres e criares. A Poética, visceralmente, implica no despontar do fulcro germinal, impulsiona a insurgência das sendas abertas, do inaugural; a eclosão do extraordinário, o constelar da “eterna novidade do mundo”. O prisma da Poética, ao entrelaçar Pathos e Logos, suscita o despontar dos fluxos do espanto e da admiração, da perplexidade e das inquietações que nos interpelam, movem e insuflam no trilhar as dobras e curvas das travessias, dos laços das encruzilhadas que atravessamos impelidos pelas intensidades dos desafios de nosso ser sendo no mundo com os outros. Potencializa a abertura do corpo e do espírito, do corpoespírito – do “logos poético” – para o insurgente, o imprevisível e o surpreendente; para o pluriverso dos Sentidos humanos. Dispõe-nos para as proezas agridoces da tragicomicidade do existir. Desse modo, nos adentra nos meandros dos paradoxos e imponderáveis da complexidade humana, nos flancos de suas ambiguidades e incertezas, contradições e tortuosidades. O trançado da Poética, do estado poético, insufla a ruptura do anestésico que comprime e homogeneíza, e fomenta a plasticidade do estésico caracterizada pela expressão do jogo sincopado, da fluidez do movimento, do impulso lúdico, da imaginação criante, dos lampejos da policromia. Nesse rumo, podemos perceber, compreender e fruir os fenômenos, a vida, desde o seu pulsar originário, na movência de seu dinamismo, de suas obliquidades e de sua vivacidade com todos os sentidos juntos, interligados. Assim, estabelecemos com o mundo, com o viver contingente, uma relação pregnante/orgânica e anímica/simbólica em que penetramos na cromaticidade das intensidades e das extensidades dos núcleos das experiências, dos laços que nos entrelaçam uns com os outros movidos por nosso ser sensível e espirituoso.
  
  

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