Abstract
Neste artigo analisamos a trajetória do negociante estadunidense John Smith Gillmer na Bahia, de 1826 (ano em que localizamos o primeiro registro de sua atuação na província) até 1862 (ano de seu falecimento). Com base, principalmente, em revisão bibliográfica e notícias de periódicos, procuramos demonstrar que, na contramão das perseguições realizadas pelo governo dos Estados Unidos contra cidadão envolvidos no contrabando negreiro para o Brasil, determinados agentes, como John Smith Gillmer, conseguiram alcançar grande projeção política, ocupando inclusive cargos diplomáticos, a despeito da sua sabida participação no crime. O trabalho está dividido em três seções: na primeira, abordamos a inserção de John Smith Gillmer na economia brasileira; na segunda, tratamos sobre sua participação no contrabando negreiro para a Bahia; e, na terceira, versamos sobre sua alçada ao posto de Cônsul dos Estados Unidos na província.
Highlights
we analyse the trajectory of American trader John Smith Gillmer in Bahia
we located the first record of his operation in the province
by the United States government against citizens involved in slave trade to Brazil
Summary
Ocomércio transatlântico de escravos para os Estados Unidos foi definitivamente abolido, e a participação de cidadãos estadunidenses no tráfico para outros países foi proibida, por lei aprovada em 1807 e implementada em 1808. Durante o período em que vigorou o contrabando negreiro para o Brasil, do início da década de 1830 até meados da década de 1850, por exemplo, foi recorrente o emprego de navios construídos nos Estados Unidos, assim como da bandeira do país neste crime. Ao contrário daqueles sob bandeira portuguesa, espanhola e brasileira, os navios sob bandeira estadunidense permaneceram legalmente protegidos das inspeções da marinha britânica durante todo o período em que o tráfico ilegal para o Brasil esteve ativo,[1] o que os tornava extremamente valorizados entre os contrabandistas (CONRAD, 1985; VERGER, 1987; GRADEN, 2007; HORNE, 2010; MARQUES, 2016). Segundo Leonardo Marques, é possível estimar que navios construídos nos Estados Unidos foram responsáveis por realizar 58,2% das viagens negreiras para o Brasil, no período de 1831 a 1850. Abordamos um aspecto bastante peculiar da sua trajetória, a sua alçada ao cargo de Cônsul dos Estados Unidos na Bahia
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