Abstract

O tema deste artigo é um festival carnavalesco organizado, em 1937, por iniciativa do Diário de Luanda. Pretende-se investigar de que forma o festival, e suas representações na imprensa, espraiaram, na capital da colônia de Angola, elementos centrais do modelo corporativo e da propaganda salazarista, que tinha lugar, na metrópole, através da realização de grandes eventos, como desfiles de marchas populares e exposições. Em matérias jornalísticas sobre o festival, pretende-se demonstrar representações orgânicas, harmônicas e hierarquizadas da sociedade, condizentes com os princípios do corporativismo; a exibição de símbolos do progresso social e industrial, que justificariam a presença colonial; a divulgação de uma imagem mítica, atemporal e heroica do povo português, fadado, desde tempos imemoriais, a levar a civilização aos trópicos; e a valorização de costumes regionais, entendidos como manifestações folclóricas que comporiam um todo indivisível, caracterizado como o “mundo português”.

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