Abstract

O artigo analisa o livro Esboço (2019), de Rachel Cusk, a partir da problematização do conceito de escuta. Na obra, uma personagem-narradora é responsável por mediar uma série de conversações, nas quais atua sobretudo por meio de uma escuta crítica, que ultrapassa o terreno do ordinário ao propor uma escavação das trajetórias dos personagens. Essa escuta aproxima-se também da própria prática da escrita, acenando para procedimentos metalinguísticos e tangenciando o posicionamento político-feminista da escritora. Nesse sentido, a escuta constrói diferentes tipos de feminilidade, convocando à discussão de tensões e negociações sobre a outorga da voz e recuperando sentidos da maternidade e da sexualidade relacionados à audição.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call