Abstract

As linhas que se seguem se guiam por um imaginário diálogo entre a dimensão teórica da ideia de identidade nacional proposta pela reflexão de José Saramago depois da entrada de Portugal na Comunidade Econômica Europeia e a reflexão do escritor e antro- pólogo Ruy Duarte de Carvalho apresentada nas obras que têm como centro o universo cultural do mundo kuvale do Sul de Angola, escritas em boa parte nos anos da guerra civil ocorrida depois da independência nacional do país. Interrogando-se, repensando e tentan- do reequilibrar a relação entre centros e margens de uma ideia de comum, ambos os auto- res procuram um caminho para imaginar uma nova auto-colocação, capaz de re-significar a ideia de fracasso da relação imperial por um lado e por outro o falhanço de uma ideia de Nação macrocéfala que parece desconhecer as partes que compõem o próprio corpo nacional. É nesta base que pretendo refletir sobre os termos da proposta transiberista de Saramago criando um (impossível) diálogo com a ideia de continentalidade enquanto superação da narrativa colonial e dos saberes por ela produzidos na escrita de Ruy Duarte.

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