Abstract

A Ilha do Bom Abrigo possui gestão com sobreposição de esferas institucionais, tendo um turismo em crescimento, porém, sem ordenamento e regulamentação. Este estudo buscou descrever o perfil dos visitantes e operadores de turismo e a dinâmica do uso público, incluindo a avaliação dos frequentadores sobre limite de uso da praia e a caracterização da atuação da gestão. Para isto, foram aplicados questionários remotos cujos dados foram interpretados e submetidos a análise de correspondência múltipla. A descrição da cogestão foi por consulta aos instrumentos de planejamento, ordenamento e documentações do Grupo de Trabalho Bom Abrigo. O perfil dos visitantes indicou alta escolaridade; interesses e expectativas relacionadas a paisagem e natureza, que podem favorecer à promoção de programas de sensibilização ambiental. Os trabalhadores náuticos são naturais de Cananéia e autônomos no segmento esporte e recreio. As unidades de conservação existentes no município contribuem para o entendimento do setor sobre a temática e devem oportunizar capacitações e inserção nos espaços de gestão participativa. A dinâmica do uso público consiste em um turismo de localidade, sendo a praia e o passeio embarcado os principais atrativos. A ausência de infraestrutura e a dificuldade de acesso são obstáculos para o turismo, porém, a proibição não diminui as pressões antrópicas, dada a ausência de fiscalização e a descontinuidade da articulação política entre os órgãos responsáveis. Apesar disso, a instituição da praia como área de interesse para o turismo, é uma conquista, cuja definição e implementação dos instrumentos de ordenamento são urgentes e necessários. Na avaliação dos entrevistados o limite de uso da praia inclui de 30 a 60 pessoas simultaneamente, sendo de 5 a 10 embarcações concomitantes nas imediações da ilha e o tempo médio de visitação de 3 a 4 horas. Esses dados podem nortear a capacidade de carga, porém estudos de longo prazo e conciliados às estratégias de diagnóstico presencial, poderão contribuir para o melhor delineamento dos perfis e padrões do uso público no território. Além disso, o sucesso da construção e implantação dos instrumentos de ordenamento condiciona-se a participação social e a definição de competências e atribuições institucional-administrativa para a regulamentação do turismo.

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