Abstract
De modo a contribuir com o debate crítico sobre os limites e a voracidade imanentes às formas contemporâneas de reprodução social capitalista, este artigo busca articular três esforços. O primeiro consiste em expor conceitualmente a natureza desmedida do capital, retomando sucintamente algumas das maneiras como essa categoria aparece ao longo da exposição de O Capital de Karl Marx. Considerando a expressão dessa desmedida na intensificação da exploração e na precarização das condições de reprodução da população trabalhadora, bem como na tendência ao seu alijamento relativo – e mesmo absoluto – da produção, discute-se na sequência a seletividade neoliberal e a afirmação da concorrência como nexo social por excelência e como horizonte insuperável de existência. A partir daí, considera-se alguns efeitos dessa barbarização das relações de trabalho sobre os atuais processos de subjetivação, com destaque para a discussão acerca da indiferença e da banalização da injustiça social.
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