Abstract

Este artigo objetiva investigar possíveis relações entre história e literatura. Para isso, analisamos como práticas de ensino de aritmética se manifestam explicitamente na obra ficcional A Aritmética da Emília, do escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882 – 1948), e a que rastros de outras práticas culturais o referido livro pode remeter, com base no contexto de ensino de matemática compreendido entre 1920 e 1940. Para tanto, nossa opção de análise segue a intertextualidade entre alguns documentos da época, como A Aritmética da Emília (1935, 1ª edição; 1939, 2ª edição; 1942, 3ª edição; 1944, 4ª edição), Emília no país da Gramática e Aritmética da Emília (1947); outras obras de Lobato; livros didáticos de aritmética da época; legislação sobre ensino; cartas entre Lobato e Anísio Teixeira; revistas sobre ensino; textos sobre educação daquela época; livros de literatura infantil. Temos por referenciais básicos Luiz Costa Lima e Carlo Guinzburg. A escrita aqui elaborada produz um modo de fazer História a partir de uma fonte ficcional, assumindo uma forma discursiva que se aproxima do modo poético, literário e artístico. Concluímos que A Aritmética da Emília reúne em si contradições filosóficas e pedagógicas daquela época, confrontando a tradição didática do ensino conservador com o movimento renovador da Escola Nova, oscilando o caráter inovador de sua proposta pedagógica e recaindo nas práticas professorais de sua contemporaneidade.

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