Abstract

A Educação do Campo tem sido no Brasil tema bastante problematizado no Brasil nos últimos anos. Embora tenha conquistado nos últimos anos avanços significativos por meio da criação de programas como o PRONERA e o PROCAMPO, vêm passando por inúmeros desafios quanto ao acesso e à permanência do jovem e do adulto camponês na universidade. A partir de uma perspectiva bibliográfica e empírica, esta pesquisa tem como objetivo principal apresentar uma compreensão da Educação do Campo enquanto uma educação voltada às especificidades dos povos que moram e trabalham no campo, tendo como parâmetro a experiência com as LEDOC da UFT em Tocantins. Para as análises dos dados, o estudo seguiu a perspectiva do Materialismo Histórico e Dialético. O indígena, o quilombola, o ribeirinho, o assentado, os atingidos por barragens, o agricultor familiar, o extrativista, entre outros que vivem e produzem as suas condições materiais de sobrevivência no campo, vão para a universidade não porque eles sejam obrigados, mas porque têm interesse e necessidade de aprender. Acessar e frequentar a universidade é estudar num lugar que foi negado historicamente para eles. É enfrentar uma realidade que os exclui, com o objetivo de superá-la. Consideramos, enfim, que a materialidade dos cursos da LEDOC da Universidade Federal do Tocantins configura uma realidade recente na realidade educacional brasileira e constitui-se como uma nova modalidade de graduação conquistada a partir das reivindicações dos movimentos sociais, cuja expansão se deu prioritariamente nos governos dos presidentes Lula e Dilma.

Highlights

  • A Educação do Campo tem sido tema bastante problematizado no Brasil nos últimos anos

  • Essa resistência pressupõe a pensar que as escolas localizadas no campo necessitam de professores que valorizem a cultura e identidade local, mas também proporcione aos seus alunos a desenvolver diversos saberes necessários para a compreensão e intervenção nos processos sociais, políticos, econômicos e culturais, por meio da articulação entre os conteúdos ministrados e a prática social dos estudantes, importante para a sua emancipação, seja para viver no campo, ou em qualquer outro lugar que desejar

  • A pesquisa concluiu, também, que a Educação por Alternância nas Licenciaturas em Educação do Campo (LEDOC) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) tem contribuído para que os sujeitos camponeses, principalmente os da classe trabalhadora, tenham acesso à universidade não apenas para terem uma formação superior que atenda as suas necessidades e especificidades de educadores e educadoras para o campo em diversos contextos escolares do Estado do Tocantins, mas uma formação humana que proporciona a eles desenvolverem atividades pedagógicas a partir de sua comunidade local para uma abrangência global

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Summary

Introduction

A Educação do Campo tem sido tema bastante problematizado no Brasil nos últimos anos.

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