Abstract

Analisam-se, neste artigo, os fluxos inaugurados pela publicação de um depoimento de uma das vítimas de Sherry Pie, drag queen acusada de catfishing e participante da décima segunda temporada do reality show RuPaul’s Drag Race. Examina-se a processualidade do caso e como se elabora um circuito-ambiente, articulado interacionalmente através de processos circulatórios. Orientados pelas epistemologias da midiatização, o ponto de partida de observação será aquilo que se desloca em fluxos, atentando para as operações envolvidas no “fazer circular” do caso. O ponto inicial é a inscrição do depoimento de uma das vítimas nas redes digitais que, ao ingressar em coletivos de fãs do programa e ser reportado por portais jornalísticos e de entretenimento, ganha visibilidade e afeta as gramáticas do próprio reality show. Observa-se a questão da extimidade nas redes e como, ao circular, o caso vai gerando desdobramentos. O programa articula estratégias de resposta, como a mostra de um aviso que antecede a exibição do programa, além de uma reedição audiovisual de toda a temporada. A tensão constituída em torno das denúncias evidencia modos de interação entre o programa e as audiências ordenados também pelas respostas que os públicos manifestavam, sobretudo nas redes digitais.

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