Abstract

Entre los milagros jacobeos recogidos en el Codex Calixtinus, texto procedente de la Galicia del siglo XII, hay uno que se considera “El Gran Milagro”. Éste narra la resurrección de un discípulo del Apóstol Santiago el Mayor a través de su intercesión junto a Santa María, obradora del hecho. En Brasil, el famoso escritor Ariano Suassuna (1927-2014), en el Auto da Compadecida, retomó el tema, dramatizando la resurrección de João Grilo. María se presenta, entonces, como abogada del citado personaje junto a su Hijo, defendiéndole de las acusaciones hechas contra él por el diablo. En los epígrafes del Auto, Suassuna se refiere a las fuentes en las que había basado su composición. El autor indica que dichas fuentes son “romances de cordel”, típicos del nordeste de Brasil, en los cuales se encuentran rastros medievales. El tema del Tribunal Celeste lo habría conocido, por ejemplo, a través del auto popular anónimo O castigo da soberba. Nuestro objetivo en este estudio es observar el proceso transcultural del referido milagro, sin duda traído a Brasil por los colonizadores ibéricos, imbuidos de una mentalidad medieval. Vamos a tratar de destacar, en los textos seleccionados, a partir del método comparatista, las formas en que se expresan y los valores que defienden o los pecados que condenan, geo-históricamente considerados.

Highlights

  • [en] From Jacobean “Biggest Miracle” to Auto da Compadecida by Ariano Sua­ ssuna: aspects of transculturation ocurred

  • In the Auto epigraphs, Suassuna refers to sources in which it had founded its composition

  • It indicates that these are "novels of string", typical of the Northeast of Brazil, in which it notes the perpetuation of medieval tracks

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Summary

Introdução

Ariano Suassuna (1927-2014), conhecido escritor brasileiro recentemente falecido, sempre destacou a herança medieval visível nas manifestações culturais do Nordeste brasileiro, de que a sua arte é uma das mais importantes expressões. O próprio “Movimento Armorial”, criado por ele em 1970, objetivando a descoberta e a interpretação das raízes histórico culturais do Nordeste brasileiro, é uma prova evidente do reconhecimento dessa herança medieval. E, o que mais nos interessa por agora, é claramente evidente a sua dívida para com as farsas, os milagres, mistérios e moralidades medievais; enfim, para com o teatro medieval, que retoma já desde a manutenção do termo Auto, corrente no medievo ibérico e nos folhetins nordestinos. Mas vale lembrar que a moralidade, auto de tradição também medieva de caráter didático e alegórico, é atualizada e abertamente assumida pela fala do Palhaço, personagem que, à semelhança de um bobo da corte, abre o Auto para apresentar-lhe o argumento e a finalidade moralizante: “Auto da Compadecida! A saída para a rua é à sua esquerda. (...) O resto é com os atores” (Ibid. 25)

O Auto da Compadecida
Valores e vícios re-apresentados
Fortaleza
Fontes secundárias
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