Abstract

O movimento de ocupação das escolas públicas brasileiras por estudantes secundaristas no período de 2015-2016 constituiu um fenômeno que evidenciou o protagonismo juvenil e pautou a precariedade da educação básica nas discussões da agenda pública e midiática. Além de ocupar as escolas e as ruas, os/as estudantes ocuparam as redes sociais, como o Facebook, para expressar suas opiniões e demandas. Partindo desse cenário, nosso objetivo central é investigar como os/as estudantes secundaristas do Rio Grande do Sul mobilizaram-se e apropriaram-se das redes sociais para construir uma comunicação de resistência e sua autorrepresentação. Para tanto, utilizaremos uma combinação de abordagens metodológicas, como a pesquisa exploratória, entrevistas semiestruturadas e a observação online-sistemática das páginas, no Facebook, das escolas ocupadas pelos estudantes entrevistados. Como resultado, podemos destacar a existência de uma gestão participativa e colaborativa, a capacidade de mobilização, postura crítica e política em relação à mídia hegemônica, propositiva em relação à educação pública, e o uso de criativas estratégias e linguagens na autocomunicação e autorrepresentação. Esse cenário remete ao caráter educomunicativo das práticas construídas na mobilização estudantil em prol da educação pública.

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