Abstract
Este trabalho propõe uma discussão sobre as representações da tolerância cultural diante da promoção das festas religiosas como bens patrimoniais nas cidades. Dessa forma o patrimônio, em escala estadual, ganha aparato jurídico das políticas públicas de fortalecimento da cultura de diversidade. Entretanto, essas políticas também sofrem por iniciativas limitadas e posturas de intolerância no uso do espaço público. A pesquisa apresentada desenvolveu-se como estudo qualitativo e documental, complementado por observações de campo, na cidade de Fortaleza (CE) e suas festividades de 15 de agosto. O patrimônio imaterial religioso, objeto central do estudo, foi demarcado pelas representações midiáticas dos grupos direta e indiretamente envolvidos nos festejos de capitais do Norte, Sul e Centro-Oeste do país. O que completou um levantamento já realizado sobre grandes cidades do nordeste e sudeste do Brasil em outra etapa do estudo patrimônio festivo das festas marianas. Como resultado desse percurso, observa-se as fragilidades do reconhecimento da festa religiosas como patrimônio. E confirma-se a percepção de que as estratégias da tolerância religiosa, diante das intolerâncias institucionais e culturais, ampliam-se conforme se efetivam os registros de salvaguarda.
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