Abstract

O filme Que horas ela volta? (2015), de Anna Muylaert, narra a perturbação do cotidiano de uma família da elite paulistana depois da chegada da filha de sua empregada doméstica. Este artigo analisa os modos como o filme narra vivências íntimas, pessoais e emocionais de homens e mulheres no Brasil hoje, marcadas pelas mudanças sociais dos últimos dez anos. O artigo retoma estudos da antropologia sobre o trabalho doméstico e alguns aspectos históricos da constituição da família brasileira. No filme, a linguagem melodramática e a sugestão de um final feliz trazem um olhar benevolente para as transformações recentes do país. As conclusões sugerem que o empoderamento da mulher brasileira, celebrado pelo filme, precisa ser visto com cautela, já que, apesar da redução dos abismos econômicos no país, ainda permanecem entre nós intensas desigualdades sociais.

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