Abstract

Resumo
 O artigo debruça-se sobre um segmento da produção de crônicas de viagem de José Lins do Rego, publicadas no jornal O Globo, procurando mostrar como estes escritos jornalísticos foram elevados à condição de livro em meados dos anos 1950, na esteira da visita do escritor ao recém-criado Estado de Israel e do prestígio literário angariado por um romancista recém-eleito à Academia Brasileira de Letras. Ao circunscrever o campo de atuação e circulação de literatos nos periódicos impressos do Rio de Janeiro de meados do século XX, o texto salienta de início os escritos de Lins do Rego nos anos 1940, quando inicia sua colaboração no jornal do amigo Roberto Marinho, em plena Segunda Guerra Mundial, posicionando-se contra os horrores do nazifascismo e manifestando sua solidariedade ao povo judeu, posição reiterada nos anos seguintes, ante a criação do Estado de Israel. Procura-se, em seguida, dar evidências de que tais crônicas estão na base do convite para a viagem ao novo país em 1955, documentada nas páginas do mesmo jornal e transformada em livro bilíngue – português-inglês – no ano seguinte, sob os auspícios do Centro Cultural Brasil-Israel. Para além de um caso isolado, restrito ao paraibano, mobilizamos outros exemplos de intelectuais – Silva Melo, Guilherme de Figueiredo, Câmara Cascudo e Érico Veríssimo – com a defesa do argumento de que o referido Centro Cultural foi o pivô deste trânsito entre as duas nações, ao adotar a estratégia, entre os anos 1950 e 1960, da promoção de viagens de escritores brasileiros ao Oriente Médio, com vistas à projeção da cultura judaica e israelense no país.

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