Abstract
http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2017v14n2p132Este artigo analisa as postagens virtuais de mulheres visitantes de Blog, focado em problemas conjugais. A violência dos casais é analisada pela perspectiva relacional de Santos e Izumino (2005). Sobre o machismo, adotamos a premissa de Castañeda (2006), que o destaca como um discurso e prática não exclusivos dos homens. A ideologia do amor-paixão (Rougemont, 1988) também fortalece a cultura de violência. Partimos também das contribuições de Foucault (1982, 1984, 2012, 2013) sobre o poder e a violência, enquanto relacional, e o dispositivo da sexualidade como outro fator que leva à violência. A pesquisa espera contribuir para uma reflexão sobre a violência contra a mulher e os relacionamentos conjugais, enfatizando a necessidade de alterar os paradigmas culturais, que reforçam atitudes e discursos violentos dentro e fora da família.
Highlights
This paper analysis virtual posts from women visiting the Blog, which focuses on conjugal problems
Violence between couples is analyzed through the relational perspective based on Santos and Izumino (2005)
The article is based on Foucault’s (1982, 1984, 1995, 2012) theoretical background in which violence and power are perceived as relational dimensions, and sexuality is viewed as an important source of violence
Summary
Apresentamos um breve contexto sobre a violência no Brasil. Não intentamos apresentar a totalidade desse contexto, mas levar o leitor a perceber nossa inserção em um cenário altamente violento, que corrobora para impactar a microesfera dos relacionamentos conjugais. Os dados apontam para o crescimento da violência no Brasil que, em números absolutos, é o país que mais mata. Quase metade (47%) de todas as mulheres vítimas de homicídio em 2012 foi morta por parceiros ou membros da família, comparado a menos de 6% das vítimas de homicídio do sexo masculino. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar entre as nações que mais matam mulheres no mundo. É progressiva para as mulheres também na vida adulta e na velhice, enquanto para os homens ela diminui à medida que os meninos se tornam jovens e adultos. Esse breve caminhar pelos dados de nossa história secular e cotidiana pode contribuir para localizar a violência doméstica como caudatária de um contexto de longa e curta duração, que engloba o ambiente familiar
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