Abstract
Os mercadores das cidades italianas, atraídos pela rota do Cabo inaugurada por Vasco da Gama, acabaram por ser os principais divulgadores da ação portuguesa no período dito das descobertas. Embora europeus e cristãos, os viajantes italianos na Ásia ao longo do século XVI utilizavam a rede cristã estabelecida pelos portugueses quando lhes convinha, mas não estavam vinculados a um projeto de conquista ou de dominação mais amplo. Nem descobridores, nem mediadores ou intermediários, esses viajantes, para finalidade deste artigo, oferecem uma visão "de fora" da presença portuguesa na Índia, apontam o apego dos portugueses pelo mar, seu desinteresse ou incapacidade de penetração no território e contribuem para a compreensão do império asiático-português como um império sitiado, constituído por enclaves no litoral, cercado de um lado pelo mar, de onde vinham as riquezas e também os principais inimigos - os holandeses no final do quinhentos - e por outro lado pelos reinos asiáticos.
Highlights
Italian merchants attracted by the Cape route opened by Vasco da Gama, were the most important reporters of the Portuguese action during the discovery period
O novo caminho para as especiarias, inaugurado com a viagem de Vasco da Gama pela rota do Cabo da Boa Esperança em 1498, atraiu florentinos, genoveses e venezianos interessados no comércio, fazendo dos mercadores das cidades italianas os pioneiros na divulgação dos feitos portugueses nas Índias
O terceiro aspecto que nos interessa destacar são as relações dos portugueses com os habitantes e a percepção que os italianos tinham sobre a ação portuguesa, revelando o aspecto humano dessa presença
Summary
O novo caminho para as especiarias, inaugurado com a viagem de Vasco da Gama pela rota do Cabo da Boa Esperança em 1498, atraiu florentinos, genoveses e venezianos interessados no comércio, fazendo dos mercadores das cidades italianas os pioneiros na divulgação dos feitos portugueses nas Índias. Diferentemente de outros viajantes do mesmo período, sobretudo os que se dirigiram ao Novo Mundo, os italianos que foram para a Índia no século. Entre os mais célebres, Fracanzio da Montalboddo, autor da recolha Paesi nuovamente retrovati et Novo Mondo da Alberico Vesputio Florentino intitulato, publicada em 1507, e Giovanni Battista Ramusio e sua Navigationi e Viaggi, onde se encontram praticamente todos os textos conhecidos no século XVI, produzidos por italianos e portugueses sobre a presença lusitana na Ásia. Também podemos dizer que está praticamente ausente a preocupação em confirmar conhecimentos prévios a respeito da presença portuguesa, uma vez que raros foram os textos de viagens publicados no período sobre os portugueses no Oriente aos quais esses viajantes poderiam ter tido acesso. Visualiza-se, assim, o impacto que a chegada dos portugueses teve na geografia econômica e política do Índico, de maneira mais ampla, e no cotidiano das práticas comerciais, de forma mais específica
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