Abstract
Este artigo visa a abordar algumas representações socioculturais sobre o crime e a violência no Brasil contemporâneo. Nesse sentido, são feitas reflexões acerca do espraiamento do medo coletivo, destacando-se sua relação com a segregação sócio-espacial. Analisa-se, então, a constituição de sociabilidades diferentes em espaços segregados, como elemento que influi nas representações coletivamente produzidas. Por fim, se investiga algumas das respostas sociais à generalização do medo, que perpassam pela produção de discursos reativos à violência que, não raro, também são violentos. Assim, se busca abordar aspectos que se imbricam, quanto aos fenômenos criminais contemporâneos, nas manifestações socioculturais – que é articulada, no trabalho, pelo apontamento de tendências mais amplas do momento histórico – representado pela pós-modernidade – a partir de como se expressam no contexto brasileiro.
Highlights
This article aims at approaching some of the possible intersections between sociocultural representations of crime and violence in contemporary Brasil
Enstonces, la constitución de sociabilidades diferentes en espacios segregados, como elemento que influye en las representaciones colectivamente producidas
Buscou-se apontar, com esse trabalho, que tendências comuns, típicas ao desenvolvimento histórico de sociedades pós-modernas e à representação cultural que lhes dá vida, podem ocorrer em lugares diferentes, apesar de existirem importantes particularidades a distinguir seus ambientes político e suas trajetórias sociais (GARLAND, 2014) Esse contexto mais amplo aprofundou um processo de isolamento entre diferentes grupos sociais que, no Brasil, se manifestou pela segregação sócio-espacial e autos segregação de classes, o que implica a redução das interações sociais entre moradores de diferentes áreas urbana, bem como reforça a desigualdade da atuação estatal (SOUZA, 2006), impactando na distribuição heterogênea da violência no espaço urbano (SOUZA, 2008)
Summary
Marcada por grandes disparidades, a insegurança urbana e os mecanismos de adaptação à violência perpassam pela segregação sócio-espacial – que, junto ao estabelecimento de locais privilegiados, constitui vizinhanças estigmatizadas (SPOSITO, 2016). Em um arranjo territorial sócio-espacialmente segregado, os mercados da violência e da segurança penetram de forma marcadamente desigual, com, por exemplo, o medo e a insegurança, sendo acionados para controlar a acessibilidade a diferentes lugares e a circulação de pessoas (SPOSITO, 2016). O espraiamento do medo e seu impacto na segregação territorial, bem como a falta de cidadania como valor universal e de prerrogativas políticas para parte considerável das periferias – que, por exemplo, aprenderam que não podem contar com a polícia para sua proteção e permanecem fora da cena pública e política (FELTRAN, 2010) – podem abrir espaço à construção de sentidos diferenciados à sociabilidade urbana, que “legitimam, deslegitimam, institucionalizam e/ou desinstitucionalizam cursos de ação distintos para um mesmo conteúdo, ou cursos de ação semelhantes para conteúdos de sentido contraditório” Abarcam a construção de variáveis representações socioculturais sobre o crime e da violência, que podem ser dissonantes e até conflitantes entre si
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