Abstract

A síntese de proteínas de choque térmico é uma alteração fisiológica transiente na célula de organismos expostos a temperaturas supra-ótimas. A resposta fisiológica ao choque térmico é dependente, particularmente, do tipo de célula e da capacidade dos organismos em responder às alterações do meio. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento micelial e a síntese de proteínas de choque térmico de dois isolados de Pisolithus sp. (RV82 e RS24) e de um isolado de Paxillus involutus em temperaturas supra-ótimas. No trabalho, foram feitas análises de crescimento micelial em placa de Petri com meio apropriado para o crescimento sob condições de temperaturas subletais, letais e de choque térmico. As proteínas nos micélios dos isolados foram marcadas com aminoácido radioativo (³H-leucina), e a radioatividade, quantificada em solução de cintilação. A síntese das proteínas de choque térmico (HSPs) foi avaliada em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE e 2D-PAGE). Demonstrou-se, com ³H-leucina, que os fungos ectomicorrízicos apresentaram respostas diferenciadas em relação ao crescimento micelial quando expostos a temperaturas supra-ótimas. Os dois isolados de Pisolithus sp., RS24 e RV82, mostraram-se mais tolerantes a altas temperaturas, quando comparado ao isolado de P. involutus. Os isolados de Pisolithus sp. diferem quanto à síntese de proteínas de estresse, com a síntese de HSPs de alta e de baixa massa molecular. Em resposta ao choque térmico, o isolado RV82 sintetizou proteínas putativas dos grupos HSP70, HSP28 e HSP26 e as sHSPs (15-18 kDa), enquanto o isolado RS24 sintetizou as dos grupos HSP86, HSP60, HSP55 e HSP35 e as sHSPs (12-18 kDa). A baixa tolerância a temperaturas elevadas do isolado de P. involutus foi atribuída à ausência de síntese de proteínas putativas do grupo HSPs em condições de choque térmico. Os resultados sugerem que os isolados de fungos ectomicorrízicos diferem quanto ao mecanismo de indução de termotolerância.

Highlights

  • À direita de cada figura encontram-se as heat shock proteins (HSPs) sintetizadas durante as condições de choque térmico nos isolados RS24 (a) e RV82 (b)

  • Os estudos também têm demonstrado que essas HSPs se acumulam em condições de choque térmico e que a indução dessas proteínas está associada positivamente com a aquisição de termotolerância em vários organismos, incluindo fungos filamentosos (Plesofsky-Vig & Brambl, 1985, 1993)

  • Roles of heat shock proteins in plants

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Laboratório de Associações Micorrízicas do Departamento de Microbiologia, no Núcleo de Biotecnologia Aplicada na Agropecuária (BIOAGRO) da Universidade Federal de Viçosa. Após incubação por dois dias, os frascos com o micélio foram submetidos a condições de choque térmico por 30, 60 ou 120 min de exposição, utilizando-se três repetições para cada tratamento. O micélio foi lavado imediatamente com o mesmo meio, contendo leucina não-marcada (5 mmol L-1), e incubado à temperatura ótima de crescimento dos isolados por quatro horas. Os resultados do processo de fracionamento das proteínas solúveis marcadas com 3H-leucina e separadas na fração de 50–70 % de sulfato de amônio confirmam o aumento de 3H-proteínas em condições de choque térmico para os isolados de Pisolithus sp. Pela eletroforese de proteínas (SDS-PAGE), obtidas durante o processo de fracionamento do extrato de proteínas solúveis com 50–70 % de sulfato de amônio, observa-se que os isolados de P. tinctorius se diferenciam quanto à síntese de proteínas em resposta ao choque térmico (Figura 4). Incorporação total de 3H-leucina em micélio de dois isolados de Pisolithus sp. (RS24 e RV82) e de um isolado de Paxillus involutus sob condições de temperatura ótima e de choque térmico

Temperatura de choque térmico
LITERATURA CITADA
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