Abstract
Este texto versa sobre o campo da oferta e do uso de terapias alternativas/complementares. Usualmente associadas ao universo da Nova Era, sugiro que a presunção — ou o insistente privilégio analítico — do vínculo entre terapias alternativas e o esoterismo da Nova Era dificultou que os antropólogos atentassem para processos que progressivamente vêm ocorrendo no país e que, em alguma medida, contrapõem-se às perspectivas que concebem tais práticas como desinstitucionalizadas, não-modernas, contra-hegemônicas, etc. Refiro-me a processos que se realizam pelo menos desde meados dos anos de 1990 como, por exemplo, a emergência de sindicatos de terapeutas holísticos, o surgimento de uma agenda política no Congresso Nacional dedicada à regulamentação da profissão, o ensino das terapias alternativas em cursos de saúde de universidades públicas e, finalmente, o apoio à promoção e oferta dessas práticas no SUS. Para tanto, recorro a descrição dos processos de legitimação e de oficialização de algumas dessas práticas terapêuticas por parte do Ministério da Saúde brasileiro e da Organização Mundial de Saúde.
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