Cooperação Sul-Sul entre Brasil e China: uma análise das iniciativas em ciência, tecnologia e inovação

Abstract

A cooperação entre Brasil e China data da década de 1980 e se insere no âmbito da cooperação Sul-Sul. Contudo, a literatura tem observado uma transformação dessa modalidade cooperativa em meio às crises do sistema internacional – a exemplo do impacto da pandemia de covid-19 – e aos desafios domésticos dos países em desenvolvimento. A partir disso, questiona-se se haveria cada vez mais uma zona cinzenta entre a cooperação Sul-Sul e Norte-Sul, bem como se seria provável alguma reversão desse baixo perfil cooperativo entre os Estados. Nesse contexto, busca-se compreender a cooperação sino-brasileira em ciência, tecnologia e inovação (CTI), observando as nuances do período anterior e posterior à pandemia de covid-19. Teria, então, ocorrido uma redução dessa cooperação no cenário contemporâneo? De que forma a pandemia impactou esse processo? Para isso, a pesquisa se baseia em uma revisão bibliográfica, documental e de sites oficiais das iniciativas das cooperativas e das organizações brasileiras envolvidas nas interações bilaterais. Conclui-se que os maiores saltos da relação bilateral em CTI ocorreram no final da primeira década do século XXI e no início da segunda, visualizando-se, posteriormente, uma redução da intensidade cooperativa, embora as relações tenham permanecido ativas. Constatou-se, ainda, uma transição em termos estratégicos e que, durante a pandemia, novos laços foram estabelecidos, assim como diálogos para a renovação das cooperações existentes. A partir do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram assinados atos internacionais recentes e constata-se o reforço da parceria, especialmente na área espacial, demonstrando um alento da cooperação Sul-Sul em CTI entre Brasil e China.