Abstract

Buscamos averiguar se o resgate de práticas pautadas pelos princípios da cooperação, solidariedade e autogestão, podem ser ferramentas eficientes no processo de reconstrução e fortalecimento das estruturas locais e consequente conquista de emancipação social em vinte e duas comunidades indígenas e ribeirinhas do município de Benjamin Constant, região do Alto Solimões, na Amazônia brasileira. Nossa plataforma de observação destes princípios são atividades desenvolvidas pelo projeto Bem Viver entre os anos de 2010 a 2016, em cinco áreas: Agricultura Familiar, Potabilização de Água, Meliponicultura, Piscicultura e Artesanato. O trabalho possibilitou a operacionalização de um filtro cultural sobre estes conceitos teoricamente tão conhecidos, nos levando a compreender o que, para estas comunidades, pode ser entendido enquanto cooperação, solidariedade e autogestão, assim como que tais práticas caminham em direção ao que por eles também é definido enquanto emancipação social. Os resultados indicam elementos significativos para compreendermos os avanços e desafios endógenos e exógenos às comunidades, no processo de conquista da emancipação social. Para, além disto, ao longo deste processo questionam-se não apenas as formas e consequências das intervenções no território amazônico, mas também as maneiras de as mensurar. Contrapondo-se aos macroindicadores, que na maioria das vezes promovem uma percepção distorcida da realidade amazônica, apresentamos o debate sobre a construção dos Indicadores de Bem-Estar para Povos Tradicionais (IBPT) e sua aplicabilidade em comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia brasileira.

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